Medicina
Mulheres x Osteoporose. Como manter os ossos fortes
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De acordo com a International Osteoporosis Foundation (IOF), a osteoporose causa cerca de 9 milhões de fraturas por ano no mundo — o que significa uma fratura a cada 3 segundos. A estimativa é que uma em cada três mulheres com mais de 50 anos experimentaram esse tipo de problema ao menos uma vez na vida.
Até que as fraturas ocorram, no entanto, a condição é bastante silenciosa. Por isso, é necessário divulgar o máximo de informação sobre o assunto. Para entender mais sobre a osteoporose, suas causas, fatores de risco, formas de prevenção e tratamento, siga na leitura do texto!
O que é osteoporose
Osteoporose é uma palavra que vem do grego, da junção das palavras osteo (osso) e porose (poroso). O nome da doença, bastante literal, já declara o seu efeito no organismo: ossos que se tornam porosos.
Nessa condição, os ossos começam a perder sua massa, se tornando cada vez menos densos e, portanto, frágeis e muito mais suscetíveis a fraturas que são difíceis de “consertar”. Causam muita dor e dificuldades de mobilidade aos pacientes que são, em sua maioria, mulheres com mais de 50 anos de idade.
A osteoporose faz com que os ossos percam, aos poucos, sua massa e, com isso, se tornem porosos e frágeis.
Estudos apontam que, entre as pessoas com osteoporose, a fratura vertebral é a mais comum (50%), seguida pela de quadril, que corresponde a 25% do total. No entanto, essa última é a que mais causa incapacidade: cerca de 33% das pessoas perdem totalmente a autonomia e 40% só conseguem voltar a andar com alguma ferramenta de apoio.
Por que a osteoporose é mais comum em mulheres?
Todas as estruturas do nosso corpo vivem em constante renovação celular, e com os ossos não seria diferente. As células que participam do processo de renovação dos ossos são os osteoclastos e os osteoblastos, e cada um deles tem sua própria função.
Os osteoclastos são encarregados da absorção dos sais minerais e da eliminação de partes de tecido ósseo “velho”, criando pequenos buracos. É aí, então, que os osteoblastos entram em ação: preenchendo esses buracos com tecidos novos em folha.
Para criar esses tecidos, no entanto, os osteoblastos utilizam o cálcio que é absorvido pelo corpo. A condição é mais comum em mulheres por conta das alterações hormonais vivenciadas na menopausa: o estrogênio é um hormônio essencial para a fixação do cálcio, e sua queda brusca traz como efeito essa “crise” no processo de renovação dos ossos.
No caso dos homens, o desgaste ósseo leva mais tempo para acontecer e, embora o risco para fraturas aumente a partir dos 50 anos, é só em torno dos 70, em geral, que a situação começa a ficar mais complicada.
As alterações hormonais da menopausa tornam as mulheres mais suscetíveis à perda de massa óssea.
Fatores de risco para a osteoporose
Os fatores de risco para a osteoporose são, sumariamente, predisposição genética, envelhecimento e estilo de vida: uma dieta pobre em cálcio, o sedentarismo, o tabagismo e o alcoolismo pioram a saúde global e, consequentemente, a dos ossos.
Além disso, condições como a diabetes e disfunções na tireóide podem contribuir com seu aparecimento e agravamento. Como já explicamos, no caso das mulheres, a menopausa também é um forte impulsionador da doença.
Sintomas de osteoporose e diagnóstico
A osteoporose precisa ser observada de perto justamente por não ter nenhum sintoma que seja próprio a ela. Por atingir os ossos, é comum que a doença ocasione alguns momentos de dor, mas nem todo mundo que tem uma dor na perna desconfia imediatamente de osteoporose, certo?
Por conta de seu avançar silencioso, ela muitas vezes é percebida apenas no momento em que começam a ocorrer deformações ósseas ou fraturas. É importante, então, se informar sobre as formas de prevenção e realizar os exames diagnósticos com a frequência recomendada pelo médico.
O exame utilizado para diagnosticar a osteoporose se chama densitometria óssea. Normalmente, ele é recomendado a partir dos 65 anos para mulheres sem fatores de risco e para homens com 70 anos ou mais. Na presença de qualquer elemento agravante, o teste deve ser feito após os 50 anos.
Como o próprio nome sugere, ele mede a densidade mineral óssea dos ossos do fêmur e da coluna lombar. O resultado pode ser classificado como normal, osteoporose ou, ainda, osteopenia.
*A osteopenia é um estado anterior à osteoporose, quando há perda de volume ósseo entre 10% e 15%. O diagnóstico dela possibilita a prevenção de seu agravante: a osteoporose, caracterizada pela redução de 25% da densidade do osso.
De acordo com a IOF, se o resultado da densitometria for maior ou igual a -1 ele é considerado normal. Entre -1 e -2,5 é considerado osteopenia. De -2,5 para baixo é osteoporose.
A densitometria óssea é o exame que diagnostica a osteoporose.
Quais são os maiores riscos da osteoporose para a saúde?
Por conta da fragilidade óssea, a osteoporose causa dores crônicas que, ao avançar da condição, acabam por atrapalhar a mobilidade e até mesmo a independência dos pacientes. Além disso, as fraturas podem ser bastante perigosas, principalmente para as pessoas mais idosas — entre as fraturas mais comuns estão as de fêmur, consideradas as mais delicadas.
Como prevenir a osteoporose?
As principais maneiras de prevenir a osteoporose são manter uma alimentação saudável, equilibrada e rica em cálcio, praticar regularmente atividades físicas, monitorar os níveis de vitamina D no organismo e evitar cigarro e álcool.
Investir em uma alimentação saudável é zelar pela saúde global do organismo, oferecendo os nutrientes necessários para que ele funcione no seu melhor potencial. Colocar na rotina, principalmente, verduras, legumes e frutas e evitar o excesso de gorduras e açúcares já é meio caminho andado. Procurar inserir de forma natural na dieta alimentos que são ricos em cálcio pode fazer, é claro, bastante diferença na trajetória de fortalecimento ósseo.
Muitas pessoas, ao pensar no cálcio, pensam logo no leite e seus derivados. Mas se você tem intolerância à lactose, não se preocupe: é possível encontrar cálcio em diversos alimentos de origem vegetal, como no espinafre e no brócolis e até mesmo em alguns de origem animal, como na sardinha. Ademais, caso os exames de sangue mostrem insuficiência do mineral no organismo, é possível suplementá-lo.
Uma alimentação saudável e rica em cálcio não pode faltar nos seus hábitos de prevenção à osteoporose.
Além do cálcio, a vitamina D também é essencial na prevenção da osteoporose. Isso porque o organismo precisa dela para absorver o mineral. Para garantir que sua dosagem no sangue está dentro do esperado, vale fazer exames de rotina e, é claro, tomar aqueles preciosos minutinhos de sol toda manhã sem protetor — mas só alguns minutinhos!
Pessoas que trabalham em ambientes fechados ou moram em cidades mais nubladas costumam ter mais dificuldade para manter as taxas de vitamina D em dia, mas não se preocupe porque também é possível suplementá-la. Consulte sempre o seu médico para receber a recomendação ideal.
A prática regular de exercícios físicos, por sua vez, tem um papel fundamental no fortalecimento ósseo e muscular. Enquanto se busca a prevenção, é interessante procurar atividades de alto impacto, que envolvam bastante a parte aeróbica, com corridas e até mesmo saltos. Já depois dos 50 anos, o ideal é focar em exercícios com menos impacto, como natação e pilates.
Como é feito o tratamento
A osteoporose não tem cura, mas com o tratamento adequado é possível conter o avanço da doença e reduzir os sintomas, o que torna possível levar uma vida normal.
E o tratamento, na realidade, é muito parecido com suas formas de prevenção. Reforçar os cuidados com a dieta, praticar atividades físicas de baixo impacto e monitorar (e, caso necessário, suplementar) os níveis de cálcio e vitamina D no organismo já fazem bastante diferença.
Além disso, existem medicamentos que atuam melhorando a resistência do osso e minimizando a degeneração.
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